Alunos do ensino básico e secundário iniciam greve permanente às aulas até 350 pessoas assinarem compromisso VAMOS JUNTAS que vincula subscritores à participação em acção de bloqueio à infraestrutura nacional mais poluente. Organização da acção, Greve Climática Estudantil, apela à adesão dos estudantes.
Foi hoje lançada, pela Greve Climática Estudantil, uma greve permanente às aulas, com início na próxima segunda-feira, dia 20. ” A nossa casa está a arder. O Acordo de Paris foi assinado há 6 anos e continua a não apresentar resultados visíveis, não por ter falhado, mas porque foi feito para falhar”, refere Aurora Valdez, porta-voz da acção.
“Em Setembro de 2019 mais de 40 mil pessoas em Portugal marcharam sob o grito “Não há planeta B”, mais de 6 milhões mundialmente, mas não estamos mais próximos dos cortes necessários para evitar o colapso civilizacional”, prossegue a activista, ” Não podemos esperar mais. As instituições falharam. Está na hora de tomarmos a iniciativa climática nas nossas próprias mãos. Está na hora de assumirmos a responsabilidade que a história colocou nos nossos ombros.”
Os jovens prometem fazer greve às aulas até que 350 pessoas assinem o compromisso VAMOS JUNTAS, onde se lê “comprometo-me a sair às ruas este outono para uma ação disruptiva de desobediência civil se ao meu lado estiverem presentes mais 350 pessoas comprometidas à ação”.
A acção de que falam é o bloqueio da Refinaria de Sines, a infraestrutura nacional mais poluente segundo o inventário nacional de emissões, desenvolvido pela Greve Climática Estudantil e pela Climáximo no âmbito do Acordo de Glasgow, um acordo internacional que surge em resposta ao que os colectivos descrevem como falhanço institucional.
“Uma transição justa é urgente e imprescindível, e uma transição justa, ao contrário do que o Governo pensa, não é, por exemplo, encerrar a refinaria de Matosinhos para concentrar a refinação em Sines, é ainda menos encerrar postos de trabalho, em plena pandemia, sem qualquer plano de requalificação, desamparando milhares de famílias que dependiam daqueles rendimentos” frisa a activista. “Vamos à escola, mas ficaremos à porta, podemos chumbar por faltas e assumimos esse risco. A sociedade tem de agir. Se não formos nós, não será ninguém”, declara.
A organização apela à adesão à greve permanente. “Montámos uma infraestrutura de acompanhamento aos estudantes que pretendam juntar-se à greve.” A integração é feita através do site da organização.
A iniciativa é lançada uma semana antes das próximas manifestações climáticas internacionais. Consulta a informação sobre as manifestações em Portugal aqui