Acordo UE-Mercosul, Nós e o mundo

Discurso sobre o Acordo entre Mercosul e União Europeia

Nesse momento, um acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a União Europeia está a ter sua ratificação negociada em Bruxelas. O Mercosul é o conjunto de países formado pela Argentina, Brasil, Paraguai e Uruguai, que juntos com a União Europeia, equivalem à 25% do PIB mundial.

Esse Acordo de Livre Comércio, invariavelmente, expandirá a fronteira de produção agrícola no Brasil, aumentará o desmatamento da Amazônia em 5% por ano, durante seis anos seguidos, e aumentará a pressão contra povos originários – povos indígenas, ribeirinhos e quilombolas. 

Em um momento em que temos um relógio em Nova Iorque a marcar 7 anos antes do ponto de não retorno da Emergência Climática, é absurdo pensar que podemos ter o luxo de causar a destruição da maior floresta tropical do mundo, e pior, que podemos financiar o derramamento de sangue indígena e ajudar na dizimação de etnias inteiras.

Parece muito estranho a nós, da Greve Climática Estudantil de Lisboa, que o governo Português, que tanto se orgulha de Lisboa “a capital verde da Europa”, seja um governo que ativamente apoia esse acordo que causa tanta destruição. Infelizmente, como sabemos, existem governos que, sem se esconder, amam a mineração, o gás fóssil, o petróleo, e desprezam a vida das florestas, e as vidas humanas mais vulneráveis, como sabemos ser o caso do Governo Bolsonaro.

Mas há também, é claro, governos que declaram-se verdes, amigos da juventude, modernos, e religiosamente adeptos de todos os direitos humanos, mas que, por de trás das sombras, agem completamente contra o que prometem, e contribuem sem hesitar com um projeto destrutivo e irresponsável de poder, como infelizmente é o caso do governo Português.

Os povos originários do Brasil há mais de 500 anos, desde o advento das grandes navegações, são atacados e perseguidos das mais diversas formas. É inadmissível que agora, em 2020, o governo Português insista em atacar esses povos e suas casas. A ratificação portuguesa do Acordo de Livre Comércio entre o Mercosul e a União Europeia será o dedo de António Costa no gatilho da arma que derrama sangue indígena e seiva amazônida. 

O Primeiro-Ministro António Costa precisa decidir, se está com a Amazônia e o futuro, ou se está com Bolsonaro.

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